Vamos procurar esclarecer, através de um exemplo de um facto social (as classes sociais), em que consiste o Fenómeno Social Total, a Complementaridade e Interdependência entre as Ciências Sociais.
Classe Social:
Classe social é um termo utilizado para classificar pessoas segundo o seu poder aquisitivo. Esta selecção existe desde a Idade Média onde havia senhores feudais (classe alta) e os servos (classe baixa). Na Idade Moderna também existia esta divisão sendo a classe dominante quem controlava e decidia acerca da política e outros factores e a classe trabalhadora que executavam os trabalhos e acatavam as decisões tomadas pela classe dominante a fim de conseguir sobreviver.
A partir da Idade Contemporânea as classes sociais foram divididas em baixa, média e alta. A classe baixa é composta por pessoas de baixo poder aquisitivo e baixa qualidade de vida que gastam tudo aquilo que recebem com alimentação e saúde, não lhe restando nada para lazer. A classe média é composta por pessoas que possuem renda razoável podendo suprir suas necessidades básicas e também lhe proporcionar entretenimento e lazer. A classe alta é composta por pessoas de alto poder aquisitivo que não possuem nenhuma dificuldade em suprir suas necessidades. A partir desta divisão pode-se ainda subclassificar pessoas:
Classe alta alta: Composta por pessoas consideradas elite que normalmente são proprietários de empresas.
Classe alta: Composta por pessoas que se tornaram ricas por bons salários, como os políticos.
Classe média alta: Composta por pessoas com salários razoáveis como médicos, advogados, executivos etc.
Classe média: Composta por pessoas que recebem salários medianos como gerentes, arquitetos, professores etc.
Classe média baixa: Composta por pessoas que recebem salários mais baixos como policiais, secretárias, vendedores, recepcionistas etc.
Classe baixa: composta por trabalhadores braçais como operários, serventes, marceneiros, etc.
Miseráveis: Composta por pessoas desempregadas
Vêr também: As Classes Sociais e as desigualdades.
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O estudo das Classes Sociais interessa a diversas Ciências Sociais, por exemplo: Ciência Política, Demografia, Geografia Humana, Psicologia Social, Psicologia Individual, Linguística, Economia.
O estudo das Classes Sociais interessa à Ciência Económica, pois, a estrutura das actividades e das relações económicas representam, numa dada sociedade, a matriz básica na qual as “situações de classe” se definem e a partir da qual as classes sociais se podem propriamente constituir. Por outro lado, mecanismos económicos como a formação de capital e os modos como este se utiliza, o ritmo de crescimento e a composição do Produto Nacional, a repartição dos rendimentos, o perfil da procura global, resultam de todo um jogo de acções individuais e colectivas em que os indivíduos, ou grupos, agem a partir de posições que que se inserem e dependem do quadro geral de posições, relações e práticas sociais das diferentes classes.
As Classes Sociais são forças sociais portadoras de interesses distintos e, até, em muitas situações, antagónicas. Por isso interessa à Ciência Política estudar a acção das Classes Sociais, os seus interesses, os seus projectos de poder, etc.
A Demografia interessa-se pelo estudo das Classes Sociais, uma vez que as determinantes sociais (natalidade, mortalidade, dimensão média das famílias, idade média em os indivíduos se casam, etc.), de que dependem a composição e a evolução quantitativas das populações, têm significativas diferenças de classe para classe social.
As classes sociais não se distribuem de forma uniforme por todo o território que uma dada sociedade ocupa. A estrutura das classes sociais varia conforme se trate de uma grande metrópole, de uma pequena cidade, de uma zona rural, e varia também de acordo com as características geo-económicas destas últimas, influenciando-as de modo muito significativo. Assim, é possível elaborar uma geografia das classes sociais, interessando o estudo destas à Geografia Humana.
As atitudes, as opiniões, os preconceitos colectivos (sobre temas políticos, sociais, religiosos, morais, raciais, de educação, etc.), são influenciados pela classe social a que os indivíduos pertencem ou aspiram pertencer. Por estas razões, o estudo das classes sociais, interessa também à Psicologia Social.
O desenvolvimento psíquico (intelectual e afectivo) dos indivíduos e as suas sucessivas reestruturações psicológicas, desde a primeira infância, são fortemente determinados pela classe social a que aqueles pertencem. Razão pela qual o estudo das classes sociais também interessa à Psicologia Individual, admitindo alguns Psicólogos a necessidade de se utilizar, em psicologia, o conceito de “Personalidade de Classe”.
As classes sociais podem ainda ser estudadas ao nível da linguagem. É ao nível da linguagem que, muito frequentemente, são visíveis as diferenças entre as classes sociais, pelo que o seu estudo interessa à Linguística.
Verifica-se que, para uma melhor compreensão do fenómeno social (total) classes sociais, é essencial recorrer a diversas ciências sociais:
- Economia.
- Ciência Política,
- Demografia,
- Geografia Humana,
- Psicologia Social e Individual,
- Linguística.
O Fenómeno Social é Total, uno e indivisível, mas pluridimensional. Pelo que, para uma melhor compreensão do fenómeno social em causa é essencial recorrer ao contributo de diversas ciências sociais.
As ciências sociais são complementares, tornando-se indispensável, para uma melhor compreensão dos fenómenos sociais recorrer à interdisciplinaridade.
O estudo das Classes Sociais interessa à Ciência Económica, pois, a estrutura das actividades e das relações económicas representam, numa dada sociedade, a matriz básica na qual as “situações de classe” se definem e a partir da qual as classes sociais se podem propriamente constituir. Por outro lado, mecanismos económicos como a formação de capital e os modos como este se utiliza, o ritmo de crescimento e a composição do Produto Nacional, a repartição dos rendimentos, o perfil da procura global, resultam de todo um jogo de acções individuais e colectivas em que os indivíduos, ou grupos, agem a partir de posições que que se inserem e dependem do quadro geral de posições, relações e práticas sociais das diferentes classes.
As Classes Sociais são forças sociais portadoras de interesses distintos e, até, em muitas situações, antagónicas. Por isso interessa à Ciência Política estudar a acção das Classes Sociais, os seus interesses, os seus projectos de poder, etc.
A Demografia interessa-se pelo estudo das Classes Sociais, uma vez que as determinantes sociais (natalidade, mortalidade, dimensão média das famílias, idade média em os indivíduos se casam, etc.), de que dependem a composição e a evolução quantitativas das populações, têm significativas diferenças de classe para classe social.
As classes sociais não se distribuem de forma uniforme por todo o território que uma dada sociedade ocupa. A estrutura das classes sociais varia conforme se trate de uma grande metrópole, de uma pequena cidade, de uma zona rural, e varia também de acordo com as características geo-económicas destas últimas, influenciando-as de modo muito significativo. Assim, é possível elaborar uma geografia das classes sociais, interessando o estudo destas à Geografia Humana.
As atitudes, as opiniões, os preconceitos colectivos (sobre temas políticos, sociais, religiosos, morais, raciais, de educação, etc.), são influenciados pela classe social a que os indivíduos pertencem ou aspiram pertencer. Por estas razões, o estudo das classes sociais, interessa também à Psicologia Social.
O desenvolvimento psíquico (intelectual e afectivo) dos indivíduos e as suas sucessivas reestruturações psicológicas, desde a primeira infância, são fortemente determinados pela classe social a que aqueles pertencem. Razão pela qual o estudo das classes sociais também interessa à Psicologia Individual, admitindo alguns Psicólogos a necessidade de se utilizar, em psicologia, o conceito de “Personalidade de Classe”.
As classes sociais podem ainda ser estudadas ao nível da linguagem. É ao nível da linguagem que, muito frequentemente, são visíveis as diferenças entre as classes sociais, pelo que o seu estudo interessa à Linguística.
Verifica-se que, para uma melhor compreensão do fenómeno social (total) classes sociais, é essencial recorrer a diversas ciências sociais:
- Economia.
- Ciência Política,
- Demografia,
- Geografia Humana,
- Psicologia Social e Individual,
- Linguística.
O Fenómeno Social é Total, uno e indivisível, mas pluridimensional. Pelo que, para uma melhor compreensão do fenómeno social em causa é essencial recorrer ao contributo de diversas ciências sociais.
As ciências sociais são complementares, tornando-se indispensável, para uma melhor compreensão dos fenómenos sociais recorrer à interdisciplinaridade.
Adaptação de um texto de Adérito Sedas Nunes, Questões preliminares sobre as Ciências Sociais.
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Complementaridade e Interdependência entre as Ciências Sociais (cont.):
A realidade social é complexa e o seu estudo exige o recurso à acção conjugada das várias ciências sociais.
O recurso ao contributo das diferentes ciências sociais permite-nos compreender melhor a complexa unidade dos fenómenos sociais. Este processo chama-se interdisciplinaridade.
A História, a Demografia, a sociologia a Economia, a Política, etc. são ciências sociais que possuem corpos teóricos, técnicas de investigação e objectivos de estudo próprios. Por essa razão, alguns cientistas sociais do século XIX defendiam que cada uma das ciências estudaria uma parte determinada da realidade. Cada ciência social investigaria um campo de fenómenos próprios de cada ciência social distintos e separados dos fenómenos estudados pelas outras. Cada ciência social teria um campo específico de pesquisa: a Economia estudaria os fenómenos económicos, a Demografia investigaria os factos demográficos, a Política trataria os fenómenos políticos e a História interpretaria os factos históricos, etc.
Ocorreram profundas alterações nas estruturas sociais causadas pela Revolução Industrial do século XVIII e XIX, e pelas Guerras Mundiais do século XX, levaram a discussões filosóficas e humanísticas entre os investigadores sociais.
Surgiram, então, novas concepções no domínio das ciências sociais, entre outros surgiu o conceito de Fenómeno Social Total.
Como diz Georges Gurvitch a realidade estudada pelas ciências ociais é uma só, o comportamento social do Homem; os diferentes fenómenos reais (económicos, sociológicos, políticos, religiosos, etc.) não podem separar-se uns dos outros, como se fossem compartimentos estanques – Toda a actividade do Homem é pluridimensional, todos os fenómenos sociais são totais, têm implicações em diversos níveis do real (histórico, religioso, jurídico, sociológico, político, económico, etc.).
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